sábado, 19 de março de 2016

"A evolução do capitalismo", Maurice Dobb

"O capitalismo"

-No início, Dobb aponta para a necessidade de historicizar o capitalismo, ou seja, dotá-lo de tempo, de um início marcado, contrariando a vertente segundo a qual tudo (toda atividade econômica de todos os tempos) é capitalismo. Além disso, aponta a necessidade de uma precisão conceitual que é indissociável de uma certa explicação das causas e desdobramentos do capitalismo.

-Ele vai ressaltar três dessas análises (três conceituações):
  1. Werner Sombart procura o capitalismo no "geist". O período capitalista é aquele regido por um "espírito burguês" e, assim, vê o espírito capitalista (ainda que um embrionário) como anterior ao capitalismo.
    Se trata aqui de um homem racional, vislumbrando a acumulação, em oposição ao homem natural, vislumbrando apenas sanar suas necessidades naturais. Sombart é um weberiano, dado que este busca também numa mentalidade, num modo de provisão (por sua técnica).
  2. Derivada da Escola Histórica Alemã, que via a economia do mundo medieval como "natural" precedendo a "monetária", a segunda perspectiva vê capitalismo nos mercados de longa distância, ou "a organização de produção para um mercado distante". Essa perspectiva é próxima daquela que dá ao capitalismo a definição de uma atividade qualquer com lucro como motivo.
  3. O conceito marxista: capitalismo como modo de produção (técnicas, mas sobretudo as relações sociais). Não basta a mentalidade nem o capital, mas a sujeição do trabalho.

  •  A peculiaridade de capitalismo é uma extração de excedente puramente econômica, quando até então fôra de natureza extra-econômica (a ligação do servo à terra)
Ruptura para o capitalismo
  • Contrariando a relação da burguesia comercial com o fim do feudalismo, ele atenta para o fato de que esta classe, beneficiada pelo sistema vigente, não tinha interesse numa ruptura. Sua existência está intimamente ligada ao comércio que, como Dobb defende, não é por si o que derruba o feudalismo, mas inclusive o fortalece em certo momento.
  • Existem três momentos na História Inglesa que marcam essa ruptura: -Período de transição (200 anos da dinastia Tudor durante os quais o feudalismo se desintegra.
    -Revolução Política: passo importante a consolidação do sistema, mas não o inicial
    -Revolução Industrial
  • Dobb defende que o fim do feudalismo vem do acirramento dos elementos internos, ao que Sweezy responde.

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