sábado, 5 de março de 2016

"Auge e declínio dos anos 70", Luiz Carlos Bresser Peireira


  • 1967-1973 - expansão econômica (PIB cresce a 11,3%)
  • 1974-1981 - desaceleramento (PIB cresce a 4,4%)
Objetivo 1: "Desde os anos 50, a economia brasileira alcança suficiente densidade industrial para passar a ser palco dos ciclos econômicos clássicos." 
Objetivo 2: a crise econômica tem fatores endógenos, a sobreacumulação e a qualidade cíclica do capitalismo, embora o petróleo (fator exógeno) também entre no processo.
  • sobre e subacumulação do capital eram agora processos endógenos da economia brasileira. Ao mesmo tempo, o ciclo continuava a refletir (embora não fosse mais mero reflexo) os ciclos da economia internacional.

A Recessão
-"As flutuações cíclicas da economia são sempre causadas por um processo de sobreacumulação na fase de expansão, seguida de uma drástica redução dos investimentos na desaceleração. Este fenômeno tem sido observado sistematicamente em todas as economias capitalistas."
-Assim, para o autor, o choque do petróleo (exógeno) ajudou a provocar a reversão do ciclo, mas a razão é sobretudo a acumulação dos anos de crescimento, que teria que desembocar em crise.

Questões
-Por que ocorre a reversão do ciclo em 1974? Como?
-O que acontece com a taxa de inflação, com o endividamento externo e com a distribuição de renda a partir de 1974?

-Creditar a recessão brasileira à crise do petróleo é uma explicação próxima à escola neoclássica, uma vez que o sistema se auto-organiza e só se desestabiliza com um fator externo. Assim, tampouco se pode falar, nessa chave explicativa, em crises do capitalismo.

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-p. 105 - "A reversão do ciclo em princípio ocorre em virtude de uma redução na taxa de acumulação de capital, a qual por sua vez decorre da queda na previsão da taxa de lucros em relação à taxa de juros."
Crise no setor automobilístico
-Bens de consumo duráveis (automóveis, em especial): consumidos pela classe média tecnoburocrática, que aumentava seu poder de consumo, sua indústria era de tal forma produtiva que, ainda com o aumento, observamos uma crise de subconsumo no setor.


  • salários crescendo menos que os lucros
  • o crédito já em seu limite, inampliável
Outras explicações para a crise sistêmica
2) Elevação da taxa de lucros é diferente de aumento na composição orgânica do capital. Para o autor, a segunda não pode ser causadora da sobreacumulação num ciclo curto como o estudado.

3)Uma terceira explicação é a do exército de reserva que diminui e os salários aumentam. Embora o autor indique que isso tem mais peso onde há sindicatos fortes, ele não descarta esse fator para a crise brasileira porque, analisando os dados, se observa uma elevação de salários.
Nesta explicação, o lucro cai pelos altos gastos da classe dominante com salários.

4) Teoria da desproporção (p. 108)
Divide a economia em:
  • Departamento I - produz bens de capital
  • Departamento II - produz bens de consumo
Como os lucros crescem mais do que os salários na fase expansiva, o DI cresce mais do que o DII, gerando superprodução no setor. Então, o investimento no setor é retirado, desencadeando (como?) uma reversão do ciclo.
Bresser Pereira afirma que esta 4ª explicação não é boa para o caso estudado, já que não se observa crescimento insuficiente do DII em relação ao DI.

Inflação crescente
-Tendência de crescimento com a recessão (tentativa de manter o lucro pelos capitalistas)

-O que são meios de pagamento?



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